Antropologia Biológica


Antropologia biológica (também chamada de antropologia física) é o estudo da biologia humana dentro da evolução, com ênfase na interação entre a biologia e a cultura.

          As origens da antropologia biológica ocorrem no século XIX, quando começou a existir um maior interesse por parte dos cientistas em relação à origem do homem. Dúvidas quanto a origem divina dos humanos, aliadas à descoberta de fósseis como os dos Neandertais foram fatos importantes que levantaram questões quanto à origem e antiguidade da espécie humana. O interesse em tais questões aumentou ainda mais com a publicação do livro “A Origem das Espécies”, de Charles Darwin, em 1859. Ainda no século XIX, a variação física observada em diferentes povos instigou os cientistas a descrever e buscar explicações sobre a diversidade biológica humana.

           Atualmente, a antropologia biológica é composta de diversas subdisciplinas, como a paleoantropologia, a antropometria, a primatologia, a genética e a osteologia. Dependendo da subdisciplina, os estudos podem ser realizados em restos esqueletais humanos antigos, em povos viventes atuais, ou em ambos.

A paleoantropologia é o estudo da evolução humana através de fósseis de hominídeos. Deste modo, é possível identificar as espécies de hominídeos que existiram, estabelecer uma sequência cronológica destas espécies e testar hipóteses sobre suas adaptações e comportamentos.

A antropometria, que teria surgido do interesse dos cientistas do século XIX na variação física das diferentes populações humanas, utiliza medidas de partes do corpo humano. A osteometria é um caso particular, na qual se medem partes do esqueleto e a craniometria é outro caso, na qual as medidas de restringem apenas ao crânio. Através da antropometria, é possível verificar adaptações de certas populações ao clima (através de proporções distintas entre partes do corpo), por exemplo. Já a craniometria pode ajudar a elucidar as relações dos diferentes povos entre si, através de semelhanças cranianas.

O estudo de primatas não-humanos, ou seja, a primatologia, é um campo importante na antropologia biológica especialmente devido aos estudos comportamentais (socialidade, comunicação, cuidado parental, comportamento reprodutivo, etc.), que podem dar pistas preciosas sobre o comportamento dos humanos modernos e dos hominídeos fósseis. Ainda, o estudo do registro fóssil dos primatas possui implicações importantes para a evolução dos hominídeos e, portanto, para a nossa evolução.

O estudo do esqueleto, chamado de osteologia, é realizado tanto em esqueletos humanos relativamente recentes, quanto em fósseis. Por exemplo, através da osteologia, é possível estimar a estatura e os padrões de crescimento de populações passadas. A paleopatologia é uma subdisciplina da osteologia que investiga a incidência de traumas, doenças infecciosas e deficiências nutricionais que deixam alguma evidência nos ossos de seus portadores.

Finalmente, o estudo da genética é importante dentro da antropologia biológica, não apenas porque nos permite explicar como funciona o processo evolutivo, mas também porque é possível investigar as distâncias evolutivas entre as espécies de primatas atuais (incluindo humanos), por exemplo. Os estudos de genética populacional também têm sido usados para esclarecer a origem dos humanos modernos, assim como as relações das populações humanas entre si.